Ter uma pequena coleção de arte em casa não é só para ricos. Com algumas centenas de reais é possível comprar obras de artistas ainda não famosos que começam a despontar. Sua casa vai ficar descolada, seus amigos vão apreciar e há a possibilidade de comprar peças que serão valorizadas
Fabiana Corrêa
Comprar obras de artistas jovens em ascensão é uma maneira de desembolsar menos para ter em casa uma peça original, que irá valorizar. O pintor e grafiteiro Daniel Melim é um dos que estão em alta. Suas obras custam a partir de R$ 12 000 ACOSTUME-SE
Antes de pensar em quanto pode gastar, é legal descobrir o que você gosta de ver e o que apreciaria ter em casa. Para isso é importante visitar galerias e museus e apurar seu gosto para o que está à venda no mercado. Obras que parecem estranhas ao primeiro olhar ficam mais atraentes depois que você entende o contexto em que foram criadas. "Frequentando boas galerias, você conhece quem está surgindo e no que vale a pena apostar", diz o colecionador e marchand Ronaldo Simões, do Rio de Janeiro, que tem em sua coleção pessoal artistas conhecidos como Valtércio Caldas, Vik Muniz e Adriana Varejão, mas hoje prefere investir em novos talentos.
COMPRE
Não agir por impulso é a primeira regra. É normal visitar uma mesma galeria algumas vezes para se acostumar com a obra que você gostou. Isso é algo com que os galeristas estão habituados. Também não se preocupe em formar a coleção rapidamente. “Seu gosto amadurece e, no final, você cresce junto com o que coleciona”, diz o decorador José Pinto, de São Paulo, que tem cerca de 1 000 quadros.
AVALIE
Gravuras e fotos são as formas mais acessíveis para começar. As peças são numeradas e você sabe quantas reproduções foram feitas: quanto menos, mais cara a série. A dimensão da peça é outro ponto que influencia no preço.
P_A_G_U_E
Com 150 reais você pode comprar a reprodução de uma gravura de um artista conhecido no momento, como o californiano Gary Baseman, à venda na galeria Choque Cultural, em São Paulo. Há também reproduções do brasileiro — e famoso — Amílcar de Castro no mercado a partir de 400 reais. Para ter uma ideia, as obras originais de Amílcar passam dos 10 000 reais.
MAIS POR MeNoS
Quem tem pouco para investir pode procurar artistas que ainda não estão nas galerias, cuja obra pode valorizar mais do que os nomes consagrados. Ao comprar diretamente do ateliê, além de pagar menos, você pode conhecer o artista e todo seu trabalho.
I N V I S T A
Se, além de colecionar, você quer fazer das obras um investimento, é necessário se informar sobre quem está começando, como se estivesse escolhendo ações de empresas promissoras no mercado. “É como uma bolsa de apostas, mas não dá para prever quem vai ficar famoso”, diz Eduardo Fareta, curador da Choque Cultural. A produção de um fotógrafo renomado pode triplicar de valor se esgotar- se no mercado. “Quando uma foto sai de circulação, atinge um preço altíssimo”, diz o curador do Clube de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Eder Chiodetto, que faz curadoria de mostras importantes de fotografia contemporânea em São Paulo.
Informe-se
• De 29 de abril a 2 de maio acontece a Feira Internacional de Arte de São Paulo. Acesse sp-arte.com para saber mais.
• O site mapadasartes.com. br traz eventos em cidades do Brasil todo e também das melhores galerias.
LEIA
Jorge Fernandez, da livraria Gaudí, de São Paulo, especializada em arte, dá dicas para quem está começando:
• Art Now, de Uta Grosenick — catálogo internacional com os artistas que estão em alta (R$ 169).
• Arte Contemporânea, de Michael Archer — panorama da arte contemporânea e maneiras de relacioná-la com o seu dia a dia (R$ 168).
PRESERVE SUA ARTE
> Não pendure quadros, esculturas ou fotos na parede que fica voltada para o lado externo do ambiente, que sofre variação de temperatura. Isso desgasta o material e diminui seu tempo de vida.
> Não coloque sua obra de arte em locais onde haja incidência de sol e busque espaços onde a luz não seja intensa.
> Antes de emoldurar, peça orientação no local que você comprou sua obra de arte para não correr o risco de rasgar ou deteriorá-la.
Publicado em 08/03/10
Fonte: Você S/A
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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