80 galerias abrigam cerca de 2.500 obras
Faltam cinco meses para a Bienal de São Paulo, mas o pavilhão no parque Ibirapuera já está lotado. Na sexta edição da feira SP Arte, que começa hoje, 80 galerias vão brigar pela atenção de colecionadores e convidados com cerca de 2.500 obras de arte até o próximo domingo.
Depois da crise, o mercado anda eufórico, turbinado por vendas expressivas em leilões e demanda cada vez maior por peças raras. "Todo mundo quer uma obra importante", diz a galerista Luisa Strina, que leva pinturas de Cildo Meireles avaliadas em US$ 300 mil à feira.
Se as cinzas do vulcão islandês atrapalharam o desempenho do Brasil no leilão de arte dos Brics no último fim de semana em Londres, nada impede agora que galeristas vendam o que ficou no país a preços bem avantajados. Ou seja, tudo o que for importante parece ter batido a marca de R$ 1 milhão.
É o caso de "Tamba Tajá", obra da escultora Maria Martins feita nos anos 40, avaliada em R$ 1,5 milhão, a peça mais cara da SP Arte, que pode voltar ao país depois de pertencer à coleção do Malba, em Buenos Aires. "Constellation Noire, Paris", de Antonio Bandeira, pintor abstrato morto nos anos 60 e agora tema de uma retrospectiva na França, custa R$ 1,1 milhão, e "Morto", de Portinari, tem etiqueta de R$ 1 milhão.
Entre os contemporâneos, Adriana Varejão parece seguir os passos de Beatriz Milhazes, que teve a obra mais cara da SP Arte em 2008, vendida a R$ 1,5 milhão. Na atual edição da feira, um trabalho de Varejão, avaliado em mais de R$ 1 milhão, já tem fila de compradores.
"Quanto mais holofotes voltados para a arte brasileira, mais altos ficam os preços", diz Fernanda Feitosa, diretora da SP Arte. "Mas ainda assim brasileiros são baratos perto de estrangeiros do mesmo calibre."
Desta vez, aliás, dez galerias estrangeiras, entre elas a poderosa Stephen Friedman, de Londres, participam da feira.
Fonte: Folha Online
quarta-feira, 28 de abril de 2010
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