quarta-feira, 30 de abril de 2008

Arte brasileira está rumo à vanguarda mundial', diz 'Der Spiegel'

Marcelo Crescenti
De Frankfurt para a BBC Brasil













Metaesquema, guache de Oiticica, está em exposição no MoMA de NY


Em sua edição online, a renomada revista alemã Der Spiegel diz que a arte brasileira está conquistando os mercados internacionais.
O artigo afirma que principalmente a arte produzida em São Paulo está sendo descoberta por colecionadores europeus e americanos e cita o sucesso da feira SP Arte como prova desse interesse.

(...)

Milagre paulista

O meio artístico paulistano está passando por uma fase de muita euforia e sucesso, afirma a Spiegel, que chama o fato de "o milagre de São Paulo".

O artigo aponta para o fato de que o número de galerias tem crescido na cidade, e que a feira SP Arte se tornou em poucos anos um evento de peso no cenário artístico nacional com cerca de onze mil visitantes.

Íntegra: BBC Brasil

terça-feira, 29 de abril de 2008

Galeristas fazem o balanço final da SP Arte

Mercado de Arte

Valéria Duarte


Conversamos com diversos galeristas que avaliaram o evento

A SP Arte fechou suas portas. Chegou a hora dos galeristas fazerem uma avaliação da sua participação no evento. Conversamos com diversos deles que nos falaram sobre os negócios realizados, fizeram críticas, elogios e deram sugestões (só não comentaram os valores das vendas...).

Nara Roesler era uma das mais entusiasmadas com o resultado da feira. “Tivemos um aumento de 30% nas vendas em relação ao ano passado” afirma a galerista, que esteve no evento desde sua primeira edição. “Dentre os trabalhos comercializados estão obras de Brígida Baltar, que agora está na coleção da Tate” conta. Demonstrando apoio à SP Arte, Nara afirmou que além de continuar com seu estande na feira no próximo ano, pretende estimular galeristas do exterior a também participarem.

















A feira contou com um bom público


Estreante na feira, Luisa Strina, também se diz satisfeita e informa que vendeu uma obra de Marepe para um museu português.

Outra que fez sua estréia este ano foi a Choque Cultural. Questionado sobre o resultado das vendas, Eduardo Saretta, diretor da galeria, apontou para os ‘Azulejos’ de Silvana Mello – “foi a peça mais babada do estande mais ninguém comprou ainda”. Para ele estar na SP Arte foi importante, pois alguns dos freqüentadores da feira não costumam visitar sua galeria.

Para Ana Christina Degens da Galeria Oeste este ano foi melhor do que o ano passado. Ela informa que, dentre outros artistas, vendeu para uma coleção americana obras da dupla Fernanda Figueiredo e Eduardo Mattos. Outras que afirmam ter vendido para coleção dos EUA foram as galerias Berenice Arvani e a Galeria Milan.

Arvani comercializou duas obras de Mira Schendel para uma grande coleção dos EUA,”os trabalhos são muito importantes, da década de 60, óleo sobre tela”. Segundo ela, a feira já faz frente a algumas feiras internacionais, todavia, observou que os colecionadores que passaram pela feira são os mesmos que já costumam freqüentar sua galeria. Apesar de satisfeita, ela faz uma ressalva: “ainda sentimos falta de grandes colecionadores na feira, principalmente os sul-americanos como Cisneiros e Malba que não vem ainda nos prestigiar”.

A opinião de Arvani é compartilhada pela própria diretora da feira, Fernanda Feitosa: “Tivemos colecionadores ingleses e franceses, mas da América do Sul ainda não, a gente não entende muito a razão, não temos explicação para isso, estamos muito próximos da Argentina ,deveríamos estar recebendo a visita de argentinos”. Prossegue dizendo “estamos sempre trabalhando com a estratégia de convidar os colecionadores internacionais, e a cada ano tem vindo mais, mas é claro que estamos fora do eixo”.

Para a próxima edição está otimista: “No ano que vem, com o sucesso deste ano, a gente tem condições de trazer mais colecionadores. Alguns colecionadores americanos compraram através de seus dealers que estavam aqui na feira”.

Fernanda Feitosa deixa claro que dentre as metas da organização da feira, está a de atrair mais feiras do exterior: “gostaria de melhorar a situação das galerias que vem de fora do Brasil, para viabilizar uma maior participação de galerias do exterior. Para ela, a modesta participação de galerias estrangeiras se dá também por problemas políticos e jurídicos: “Temos uma situação de alfândega, tributária e de incerteza de liberação das obras”.

Feitosa aponta algumas soluções: “As obras que vem do exterior para uma feira precisam ter prioridade no tratamento. Não podemos construir uma feira de padrão internacional com essas incertezas. É importante que esta barreira seja eliminada. A tributação também atrapalha, nosso país é um país muito caro para quem vem de fora, a tributação é altíssima e inviabiliza a internacionalização da feira. Temos uma tributação que chega a 45% e, países vizinhos como Argentina e México têm uma alíquota abaixo de 20%”.

Quanto ao número de visitantes, a organizadora acredita que vai mesmo superar a casa dos 10.000. “Os corredores estavam cheios durante todo o dia, o fluxo de pessoas foi excelente” ressalta.

Numa avaliação final da SP Arte, Feitosa se mostra satisfeita: “o balanço final da feira é muito positivo, tivemos uma visitação de um público altamente qualificado, altamente interessado, estamos muito contentes e encerrando o evento com chave de outro” diz.

Outra que avalia positivamente a feira é Eliana Finkelstein da Vermelho. Ela conta que vendeu trabalhos de Marcelo Cidade e Ana Maria Tavares para coleções particulares importantes, mas não revela quais são elas. Destaca que Stuart Evans da Lodevens Collection adquiriu trabalhos de André Komatsu. Ao comparar a SP Arte com outras feiras, ela diz: “acho que a grande diferença é que aqui não temos a visita de muitos curadores de fora. Tivemos dois de Portugal e a Tanya Barson da Tate. Na feira de Miami temos curadores de vários lugares do mundo” finaliza.

Já Raquel Arnauld conta que as vendas foram melhores este ano que no ano passado, “Este ano nosso box era maior, pude trazer mais artistas; vendi 7 gravuras em metal da Elisa Bracher nos dois primeiros dias da feira”.

Eduardo Leme conta que fez bons negócios. Dentre os trabalhos comercializados estão os de JR Duran, Lin Tianmiao, Sandra Gamarra e Felipe Cama; além disso, uma obra de Marcelo Moschetta foi adquirida pelo Iguatemi e doada à Pinacoteca do Estado.

Após todas estas considerações, pode-se dizer, seguramente, que a SP Arte teve um saldo altamente positivo. Para o próximo ano esperamos que o sucesso seja ainda maior, como o comparecimento de mais galerias do exterior, mais colecionadores e curadores; pois um evento como esse contribui muito para o amadurecimento do mercado de arte brasileiro.

Publicado em 29/04/08

Fonte: Portal Onne

sábado, 26 de abril de 2008

Galerias cariocas são destaque na SP Arte

Obras nacionais contemporâneas dominam a mostra

Renata Ramos


São Paulo

Apresentada como um palco privilegiado para os acervos de galerias de todo o Brasil e também de fora do país, a mostra SP Arte acabou, em sua quarta edição (aberta ontem, no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera), privilegiando a produção brasileira e os expositores cariocas. Entre os 67 estandes, muitas galerias vindas do Rio, concentrando alguns dos principais nomes da arte moderna e – principalmente – contemporânea nacional.

Exemplo da presença fluminense na mostra é a galeria A Gentil Carioca, com um impactante trabalho de uma de suas donas, Laura Lima. Um enorme quadro chama a atenção pela moldura, destaque da obra. A galeria levou também trabalhos de Carlos Contente e Jarbas Lopes.

– O principal da feira é o aquecimento da arte nacional. Uma peça artística é mais do que um objeto comercial, é um elemento que leva a cultura brasileira. Por isso, a realização desta feira é tão significativa – acredita Marcio Botner, um dos donos d'A Gentil Carioca.

Algumas galerias optaram por dividir um único estande. Foi o que fizeram Mercedes Viegas e Laura Marsiaj. O preço dos espaços no Pavilhão é alto, o que fez com que as galeristas cariocas decidissem levar os artistas que representam para um mesmo espaço.

– O retorno principal é a divulgação do trabalho. Os custos são altos e nem sempre compensam. Dividir o espaço com a Mercedes é ótimo, porque seguimos a mesma linha de trabalho – conta Laura.

Foi o que fizeram também Silvia e Juliana Cintra, donas da Silvia Cintra Galeria de Arte e da Box 4. Mas a união de mãe e filha não levou em conta só o custo. O sucesso de artistas jovens representados pela Box 4 nos anos anteriores provou que poderiam investir num espaço maior englobando ambas as galerias, que são vizinhas em Ipanema.

Para Juliana, o retorno é ótimo e vale a pena o investimento:

– A cada ano escolhemos um espaço maior para poder trazer mais artistas. As vendas compensam o investimento que fazemos.

A feira é uma boa oportunidade para artistas novos. Daniel Murgel participa pela segunda vez. Em 2007, pediu que a galerista que o representa no Rio levasse um trabalho. O desenho foi logo vendido e, a partir daí, começou a fazer parte do time de Mercedes Viegas.

– Andando pelos estandes conheço outras galerias e artistas. O intercâmbio que a feira possibilita é ótimo para o nosso trabalho, que fica conhecido em vários lugares do Brasil e exterior – afirma Murgel.

Outra artista que está testando o potencial de vendas de suas obras é Marta Jourdan, em cartaz no Rio com sua primeira individual. No primeiro dia de feira, já teve seu trabalho Derramados comprado logo após a abertura.

Galerias internacionais, como a chilena Florencia Loewenthal, participam da feira pela primeira vez. Para a galerista, o mercado brasileiro de arte é muito bem visto.

– A imagem da arte brasileira na América Latina é muito forte e a produção do país é a mais importante no momento.

Presença importante na inauguração foi a galerista francesa Denise René, que aceitou o convite da paulista Raquel Arnaud para visitar o país e fazer uma exposição conjunta em São Paulo. Aproveitando a temporada no país, conheceu a SP Arte, tendo como base o estande do Gabinete de Arte Raquel Arnaud, e aprovou a organização do evento.

– Já deveria ter visitado o Brasil, é até uma vergonha só ter vindo agora. Gosto da arte contemporânea daqui, vejo que a produção está muito avançada. Acho que mais artistas brasileiros deveriam expor na França para ter o reconhecimento que merecem – afirma.

Renata Ramos viajou a convite da SP Arte.

Publicado em 26/4/08

Fonte: Jornal do Brasil

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Feira de arte terá cerca de 2400 obras




















Começa amanhã (24/04/2008) a 4ª edição da SP Arte. A exposição, realizada no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, contará com cerca de 2400 obras de mais de mil artistas.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Uma entrevista com Fernanda Feitosa, a diretora da principal feira de arte do Brasil













A quarta edição da SP Arte - Feira Internacional de Arte de São Paulo - será aberta, para convidados, nesta quarta-feira (23.07), no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. "Está tudo pronto", contou Fernanda Feitosa, diretora da feira, num papo com RG. "Nesta edição esperamos cerca de 11 mil pessoas. Mas nosso foco não é aumentar números, é realmente inserir cada vez mais pessoas no mercado de arte, inserir o Brasil no circuito internacional e atrair mais colecionadores", defende.

O objetivo, até aqui, tem sido alcançado. "A cada ano crescemos mais. Além dos colecionadores paulistas (grande parte do público da feira), há também um movimento de colecionadores do interior de São Paulo, muitos cariocas, mineiros. E 6% de público internacional", enumera Fernanda. A SP Arte, aliás, acontece entre 24 e 27 de Abril, praticamente o mesmo período (23 a 27 de Abril) de outra importante feira latino-americana, a MACO, no México. Ruim? "Não é ideal, tentamos conversar sobre datas mas elas acabaram coincidindo por uma questão de locação de espaços. Pior aconteceu com a Arte BA, que coincidiu com a Art Basel (a feira de arte mais importante do mundo, com datas em Miami e na Suíça), que acontece em junho", contou Fernanda.

A SP Arte é uma importante vitrine para as galerias de arte brasileiras, mas também atrai galerias de outros países. "Temos 2 do Chile, 2 da Argentina, 1 do Uruguai, 1 da França (uma parceria com o galerista Edu Fernandes) e 1 de Portugal. "Para essas galerias, é interessante vir para cá para abrir mercado para artistas deles, desenvolver um intercâmbio cultural entre exposições e descobrir uns bons artistas daqui para representarem lá fora", explica a diretora.

A arte brasileira tem expressão no cenário internacional, mas os preços ainda não são altos. "O mercado vem trabalhando positivamente há 4 anos, há uma expectativa de que os preços da arte brasileira se valorizem. Há uma curiosidade informada sobre a arte que se faz aqui. Já passamos da fase do exotismo", comenta Fernanda. Ela cita artistas brasileiros que estão em grandes coleções, como Beatriz Milhazes, Tunga, Waltércio Caldas. Será que somos a próxima bola da vez, depois de chineses - e, recentemente, orientais mais exóticos, como os artistas da Indonésia? A SP Arte está estimulando o movimento, agora é esperar pra ver...

RG vai hoje à abertura da feira e te mostra tudo logo mais, fique de olho...

Publicado em 23/04/08

Fonte: Vogue

Para vender e comprar arte: feira SP Arte completa quatro edições


Idealizadora de uma feira voltada à produção moderna e contemporânea, Fernanda Feitosa aproxima público e galerias

Por Gisele Kato

Até 2005, data de estréia da feira SP Arte, era difícil imaginar que galeristas pudessem se juntar em um único evento. Afinal, sempre houve uma rivalidade doentia entre eles. Assim, ninguém se arriscava a propor um encontro nos moldes do organizado em Buenos Aires há dezesseis anos. Ou em Miami desde 2002. Colecionadora de arte, formada em direito e com experiência de trabalho em bancos, a empresária carioca Fernanda Feitosa, radicada em São Paulo desde a infância, resolveu investir na idéia. Vendeu para a Faap duas obras que tinha em casa, uma de José Pancetti e outra de Farnese de Andrade, e conseguiu assim o dinheiro para tirar a idéia do papel.

Nesta semana, entre quinta (24) e domingo (27), a SP Arte completa quatro edições com a participação de 68 galerias – sete internacionais –, cerca de 2 400 obras expostas e um custo de 2 milhões de reais. Segundo os organizadores, os preços devem variar de 2 200 reais a 300 000 dólares. Espécie de madrinha indireta de marchands, artistas e investidores, Fernanda conta que precisou gastar saliva para convencê-los da viabilidade do projeto. Dominados os egos e rompidas as barreiras, hoje as principais galerias do país estão dispostas a se unir de vez em quando em nome de um interesse comum: a compra e a venda de obras. Com a feira, Fernanda construiu uma ponte entre elas e um público que aprecia arte, mas foge do clima às vezes pedante dos ambientes freqüentados por especialistas e iniciados. Distribuídos em estandes pelo Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, os galeristas intimidam menos. E fecham mais negócios. Se em sua primeira edição o evento recebeu cerca de 5 000 visitantes, no ano passado quase 10 000 pessoas cruzaram a bilheteria. "Não temos um número oficial", afirma Fernanda. "Pelos cálculos informais, no entanto, chegamos a mais de 7 milhões de dólares em vendas."

Aos 41 anos, Fernanda tem "umas 200 obras" em casa. Seu artista preferido é Farnese de Andrade, conhecido pelas assemblages, trabalhos que combinam os mais variados materiais, de ex-votos a fotografias de família. Mas sua coleção conta com peças mais convencionais, como telas de Gustavo Rosa e Antonio Henrique Amaral. Igualmente diversificada, a SP Arte 2008 abre as portas com criações para variados gostos e bolsos. Entre as galerias, estão confirmadas as paulistanas Fortes Vilaça, Brito Cimino, Luisa Strina e Vermelho, as cariocas Laura Marsiaj e Tempo e a mineira Celma Albuquerque. Os visitantes verão obras de nomes reconhecidos no mercado, como a festejada – e valorizada – Beatriz Milhazes, Ernesto Neto, Miguel Rio Branco e Marepe. Ao lado de medalhões vendidos a gordas cifras estarão jovens talentos, caso de Mariana Manhães e Marcius Galan. Esses, além de já impressionarem pela maturidade da produção, são uma promessa quase certa de valorização em breve.

O grande desafio da feira atualmente é aumentar seu prestígio entre a crítica. "A visita da curadora internacional da Tate Modern, de Londres, Tanya Barson, significa muito para a gente", diz Fernanda. "Ela está de olho na América Latina." A SP Arte vem ainda com outra novidade. Um de seus patrocinadores, o Shopping Iguatemi, convidou os curadores do MAM e da Pinacoteca do Estado a escolher obras em exibição. No domingo, o shopping irá anunciar a doação de peças para os museus. Um presentão para duas das mais importantes instituições culturais da cidade.

SP Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo. Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, portão 3. Quinta (24) e sexta (25), 14h às 22h; sábado (26) e domingo (27), 12h às 20h. R$ 20,00.www.sp-arte.com


Fonte: Veja São Paulo