FABIO CYPRIANO
Acompanhando o surto na ascensão dos preços na arte contemporânea pré-colapso financeiro, a feira SP Arte, que é inaugurada nesta quarta-feira à noite para convidados, dobrou de tamanho em seus cinco anos de existência: de 40 galerias chegou agora a 80.
E a crise? "Nós surgimos numa fase de crescimento do mercado e nadamos de braçada, mas a situação hoje não é difícil, pois a crise está chegando aqui menos acelerada do que na Europa e o cenário que temos hoje é o que estávamos acostumados, antes é que era uma exceção", diz Fernanda Feitosa, 42, diretora geral do evento.
No entanto, assim como no cenário internacional, Feitosa acredita que existe uma nova postura no circuito das artes: "Quando há excesso de dinheiro, as pessoas são menos seletivas, mas agora as compras são mais conscientes, a qualidade irá ter mais importância e as galerias sabem disso."
Como exemplo, a diretora aponta para o estande da galeria mineira Celma Albuquerque. "Olha lá, em vez de encher o espaço com pequenos trabalhos, eles apresentam apenas uma instalação do José Bento, o que é uma aposta bacana", diz Feitosa. A instalação é composta pela série "Viagem de Balão", com nove fotografias, o vídeo "Verdades e Mentiras" e a escultura "Ócio".
Outro destaque da feira é um "Bicho", de Lygia Clark, realizado em 1984 e que, segundo Luiz de Paula Séve, da Galeria de Arte Ipanema, que comercializa a obra, é o maior já feito pela artista e tem seu preço em torno de US$ 1 milhão. Nesse ano, contudo, com um espaço para jovens galerias, como Polinésia, Emma Thomas e Mezanino, há maior variedade de preços.
Assim como no ano passado, esta edição da SP Arte também irá patrocinar a compra de algumas peças na feira para instituições brasileiras.
Publicado em 13/5/09
Íntegra: Folha de S.Paulo
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