Das paredes dos metrôs de NY para o mundo

Um dos ícones da cultura urbana de Nova York, Keith Haring (1958-1990) conquistou o mundo das artes depois de usar as paredes dos metrôs da cidade como sua principal tela.

Seus desenhos despretensiosos, que se tornaram populares na década de 80, invadiram galerias em vários países e acabaram tornando-se uma espécie de suporte de vários outros objetos, como roupas, murais etc.

Considerado uma inspiração para os grafiteiros contemporâneos, Haring ganha uma retrospectiva com 94 gravuras em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os trabalhos que compõem a mostra vão de serigrafias e litografias a xilogravuras.

O artista americano morreu aos 31 anos, por causa de complicações relacionadas à AIDS. Apesar de sua carreira ter sido muito breve, Haring até hoje influencia a moda. No começo deste ano, a fundação batizada com seu nome, em parceria com Tommy Hilfiger, lançou uma coleção de sapatos inspirados no artista. Desde sua morte, no começo dos anos 90, a Keith Haring Foundation presta assistência às organizações que pesquisam a doença.

Em 1983, o nova-iorquinho esteve no Brasil para participar da Bienal de São Paulo.

Serviço:
Keith Haring - Selected Works
Quando: até 5 de setembro. Terça a sábado, das 9h00 às 21h00, e domingos e feriados, das 10h00 às 21h00.
Onde: Caixa Cultural - Galeria Vitrine da Paulista - Avenida Paulista, 2083 (Conjunto Nacional)
Quanto: Grátis
Informações: (11) 3321-4400 ou http://www.caixacultural.com.br

A fusão de Minas Gerais com o Oriente

Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) ficou conhecido por suas pinturas bucólicas de Minas Gerais e agora ganha uma exposição inusitada, onde é destacada uma certa influência vinda do Oriente, especificamente da China e Japão.

A mostra, batizada Guignard e o Oriente: China, Japão e Minas, revisita uma série de obras do artista - cerca de 45 - e explora trabalhos pouco conhecidos do modernista, que durante a juventude morou na Alemanha.

O contato com elementos orientais pode ter ocorrido a partir da vivência de Guignard com chineses que moraram na região ou até mesmo pelas representações que vinham nas caixas de chá, vendidas à época. Alguns ainda justificam suas referências à comercialização de produtos entre Macau, na China, e Portugal.

O crítico e curador Paulo Herkenhoff e a ex-diretora do Museu de Arte da Pampulha, de Belo Horizonte, Priscila Freire, assinam a curadoria da mostra e levantam uma questão recorrente sobre a origem das influências de um dos artistas mais renomados do Brasil.

Para traçar um paralelo entre as obras de Guignard e a arte oriental, a mostra traz ainda algumas telas de pintores chineses contemporâneos, gravuras da tradição Ukiyo-e (mundo flutuante, se traduzido para o português), fotografias e objetos vindos do outro lado do mundo.

Serviço:
Guignard e o Oriente: China, Japão e Minas
Quando: até 29 de agosto. Terça a domingo, das 11h00 às 20h00.
Onde: Instituto Tomie Ohtake - Rua Coropés, 88, Pinheiros
Quanto: Grátis
Informações: (11) 2245-1900 ou http://www.institutotomieohtake.org.br 

YouTube e Guggenheim firmam parceria

O agregador de vídeos do Google e a Fundação Solomon R. Guggenheim recebem até o dia 31 de julho vídeos de artistas de todo o mundo. Com apoio de empresas como HP e Intel, as duas instituições organizaram o concurso Play. A Bienal do Vídeo Criativo busca materiais que mereçam destaque e a competição é aberta ao público.

Os trabalhos serão avaliados por artistas renomados entre os dias 21 e 24 de outubro nas sedes do museu em Nova York, Bilbao, Berlim e Veneza. Entre o júri estão nomes da arte, música, cinema e vídeo arte. Takashi Murakami, Ryan McGinley, Douglas Gordon, Marilyn Minter, Shirin Neshat, Stefan Sagmeister, Laurie Anderson, integrantes do grupo musical Animal Collective, Darren Aronofsky e Apichatpong Weerasethakul são apenas alguns dos membros já divulgados pelo Guggenheim ao jornal The New York Times.

Os trabalhos selecionados serão exibidos em todas as sedes internacionais do Guggenheim e também no canal oficial do concurso, no YouTube.

Até o momento já foram enviados cerca de 6.600 vídeos. O prazo final para participar é 31 de julho. Mais informações na página oficial do Play.

Em nova individual, Vik Muniz mostra o que está "por trás" de obras famosas

Verso, a nova mostra individual de Vik Muniz, é a mais recente atração para os paulistanos. A exposição, que acontece na Galeria Fortes Vilaça, traz oito objetos tridimensionais, cujo objetivo é reproduzir fielmente o verso de obras célebres de artistas renomados, como Picasso, Van Gogh, Seurat, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, entre outros.

Muniz contou com a ajuda de grandes museus como MoMA e Guggenheim, no exterior, e Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM do Rio de Janeiro e MASP, no Brasil. Foi por meio dessas instituições que ele pode estudar os quadros escolhidos para o trabalho.

A intenção do artista brasileiro radicado em Nova York é mostrar aos visitantes um pouco dos bastidores de uma exposição de arte, já que é atrás dessas obras que está toda sua trajetória. É no verso da cada quadro que estão adesivos de museus e selos que atestam sua autenticidade e também onde é possível perceber algumas marcas de desgaste do tempo.

Todos os detalhes foram transpostos com fidelidade. A própria disposição dos quadros lembra uma mostra ainda em montagem: os trabalhos ficam no chão e não fixados na parede.

Em 2008, Verso foi exibida em Nova York e, agora, dois anos depois, desembarca no Brasil com "reproduções" de artistas locais.

Serviço:
Verso
Quando: entre 30 de julho e 11 de setembro. Terça a sábado, das 10h às 19h.
Onde: Galeria Fortes Vilaça - Rua Fradique Coutinho, 1500, Vila Madalena
Quanto: Grátis
Informações: (11) 3032-7066 ou http://www.fortesvilaca.com.br

Prêmio PIPA divulga finalistas

O PIPA (Prêmio Investidor Profissional de Arte), uma iniciativa conjunta entre o Instituto Investidor Profissional e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), divulgou neste mês a lista de seus quatro finalistas. São eles Cinthia Marcelle, Renata Lucas, Marcius Galan e Marcelo Moscheta.

O prêmio, um dos mais substanciosos da atualidade, será no valor de 100 mil reais. Parte do dinheiro será investido em uma residência de três meses na instituição Gasworth, em Londres.

Os artistas, todos em início de carreira, irão expor suas obras entre os dias 25 de setembro e 14 de novembro no MAM-RJ. O vencedor será anunciado oficialmente no dia 28 de outubro.

Participam do júri curadores, galeristas, críticos, colecionadores e artistas consagrados. Fernanda Feitosa, idealizadora da SP Arte, é parte do júri do PIPA.

A lista de todos os artistas indicados está disponível para consulta aqui. Mais informações na página oficial do prêmio.

Conheça os quatro finalistas:

- CINTHIA MARCELLE



- MARCELO MOSCHETA



- MARCIUS GALAN



- RENATA LUCAS

Pioneiro da abstração, Alberto Magnelli ganha exposição no MAC

Para quem aprecia o movimento modernista, a mostra do italiano Alberto Magnelli é uma boa pedida. A exposição reúne 64 telas, produzidas entre 1912 e 1969, parte de acervos franceses e belgas. Entre as obras expostas, muitos dos trabalhos pertencem a coleções particulares brasileiras e ao próprio museu.

A curadoria é de Daniel Abadie, professor da Universidade Livre de Bruxelas.

Magnelli nasceu em Florença, na Itália, no século XIX, e pertenceu ao grupo Abstración Création, de Paris. Flertou com o modernismo e também com o cubismo e teve grande influência de Matisse, claramente identificada nas composições onde é possível perceber figuras humanas coloridas, geralmente contornadas em preto.

Foi na década de 50 que Magnelli ganhou projeção internacional. Ele participou da Bienal de Veneza e da 1º Bienal de São Paulo, em meados de 1951. Em 1955, ele foi nome recorrente durante a Documenta II, uma das mais renomadas exposições internacionais de arte contemporânea, que acontece a cada cinco anos na pequena cidade de Kassel, na Alemanha.

Serviço:
"Magnelli"
Quando: entre 14 de julho e 12 de setembro. Terça a domingo, das 10h às 18h.
Onde: MAC - Ibirapuera - Pavilhão da Bienal - 3º andar - Parque do Ibirapuera (portão 3)
Quanto: Grátis
Informações: (11) 5573-9932 ou http://www.mac.usp.br/mac

Paralelo a Bienal, museus e galerias criam momento único na cidade de São Paulo

Entre setembro e outubro acontece um dos eventos mais importantes do calendário artístico do país: a Bienal de São Paulo. Para aproveitar o clima favorável da cidade, que vai respirar arte neste segundo semestre, instituições como a Pinacoteca, o Instituto Tomie Ohtake e o Museu de Arte Moderna fizeram uma parceria no intuito de oferecer aos visitantes da Bienal um circuito alternativo com exposições individuais de artistas como Mira Schendel, Carmela Gross, Regina Silveira, Joseph Beuys, entre outros.

Os entusiastas poderão ainda visitar mostras coletivas, como a que ocorrerá no Centro Brasileiro Britânico, baseada em trabalhos de artistas contemporâneos da Grã-Bretanha. Masp e Paço das Artes também apostarão em exposições similares, focadas em obras de artistas alemães e latinos, respectivamente.

Vale ressaltar ainda que toda a programação organizada no projeto Polo de Arte Contemporânea tem como mote o tema desta 29º Bienal de São Paulo: a relação entre a arte e a política. Para registrar a iniciativa, o grupo lançou no final de junho a revista Polo de Arte. Participam do grupo 28 instituições culturais. A próxima edição do periódico será lançada em setembro. A publicação pode ser encontrada em revistarias por R$ 10,90 e o dinheiro arrecadado com a venda da revista será revertido em benefício do projeto.

Sandra Cinto, abre importante mostra no Instituto Tomie Ohtake

A artista tem sido presença constante na SP-Arte desde 2005 e inaugurou na última edição, o site specific do evento, com 12 artistas participantes do Atelier Fidalga, sob sua coordenação e de Albano Afonso.

Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, esta exposição de Sandra Cinto é a primeira individual da artista em uma instituição paulistana. Mais informações no site do Instituto Tomie Ohtake.

São Paulo está no centro do mundo da arte, diz curador suiço

Na edição especial da revista "Du (You)", editada pelo curador suíço Hans Ulrich Obrist, votado o homem mais influente do circuito artístico no mundo pela "Art Review", a cidade de São Paulo aparece ao lado de Beirute, Cairo, Zurique e Teerã como as novas capitais das artes plásticas no mundo. Substituem, segundo o texto, Londres, Berlim, Paris e Nova York.


A afirmação é de Obrist, curador da Serpentine Gallery, em Londres, que fez dessa edição da publicação suíça uma espécie de manifesto sobre o estado da arte no planeta hoje.

Obrist tenta, na revista, desenhar uma nova geografia para a arte, afirmando que "todo lugar pode ser um centro", que "novos mapas são necessários", entre outras ideias. Conclui dizendo que o "século 21 é uma conversa".

Fonte: Folha Online