terça-feira, 25 de maio de 2010

Vendas e mais vendas?

Site Bem Paraná analisa situação do mercado de artes no Brasil. E analisa papel da SP-Arte.

As notícias estão vindo de todos os lados. Ora é uma pintora paulista que vendeu muitas obras em feira européia de arte, ora é outro artista brasileiro até então reconhecido pelo seu pouco interesse em comerciar que paradoxalmente passou a vender tudo que sai de seu atelier, ou até mesmo notícias vindas do exterior a respeito de artistas brasileiros que ao término de suas vernissages se deram conta que não havia mais trabalhos para serem comercializados devido a grande procura pelas suas obras.

Na sala de espera do dentista abro uma revista odontológica e lá está mais uma comprovação do sucesso de nossos artistas: o artigo descreve a grande quantidade de obras brasileiras que estão sendo comercializadas no exterior. Adjetivos não faltam para descrever a arte brasileira da atualidade; saltam qualificativos e termos como jovem, viçosa, interessante, cativante, compatível com nossos dias. O que surpreende é a aceitação internacional irrestrita que as pinturas, gravuras, esculturas ou trabalhos em outro tipo qualquer de mídia elaborados por nossos artistas estão levando o público estrangeiro a comprá-las.

Numa rápida análise se percebe que há uma grande distância entre a apreciação pura e simples de uma obra de arte e o ato efetivo de uma compra. Existe uma grande diferença entre a fruição de um trabalho artístico em galerias e museus – no que é um verdadeiro prazer descompromissado – e uma compra que traz embutido o comprometimento de abrigar uma obra de arte pelo resto da vida. É evidente que o trabalho artístico comprado se mantém sob nossa responsabilidade e, além da posse conquistada através do investimento, também nos propicia o desfrutar incondicional e temporalmente da obra que passa a existir a nosso inteiro dispor. Também é voz corrente que uma obra de arte pode ser vendida a qualquer hora, porém isso acontece em termos, pois nem sempre o desejo do proprietário coincide com o do comprador. Muitas vezes não se consegue vender quando é imperativa a venda ou então há muitas ofertas de compra quando não se pretende vender. Entretanto, parece estar havendo um “boom” na procura de trabalhos artísticos de qualidade, o que vem aumentando a possibilidade do artista ou sua galeria realizar efetivamente as vendas de obras de arte. No início deste mês, teve lugar mais uma edição da “SP Arte” que, como o nome diz, é uma feira de artes visuais que acontece na cidade de São Paulo, na verdade, ela tem lugar no pavilhão da Bienal.no Parque Ibirapuera. E lá também aconteceu uma intensa procura de obras de arte, principalmente as dos jovens artistas que já têm seus nomes divulgados pela imprensa.

A disputa pelos trabalhos foi muito intensa, a tal ponto que alguns galeristas entraram no evento com metade dos trabalhos artísticos já vendidos, levando o estande de vendas ao mesmo nível de uma exposição de museu, isto é, trabalhos para olhar sem a possibilidade de compra. As declarações surpresas dos proprietários das galerias ao público – sem muita perspectiva de comprar o que desejava dada a inexistência de maior número de trabalhos disponíveis – incluíam a busca frenética de mais obras dos artistas rapidamente localizadas nos ateliers, além daquelas que estavam nas casas dos próprios artistas e nas dos seus conhecidos. Segundo a “Folha de São Paulo” de 1º de maio deste ano, foram vendidos no evento cerca de R$15 milhões em arte, o que é um excelente resultado que espelha a situação da arte jovem no Brasil. Esperamos que esta valorização e alta repentina na procura de arte se multiplique por todo o país, chegando a Curitiba, uma vez que aqui estão muitos talentos jovens.

Em seu papel de entidade que trabalha no fomento das artes e da cultura, a Fundação Cultural de Curitiba informa que estão abertas as inscrições para projetos relativos aos editais de “Pesquisa e Difusão – Encontros de Patrimônio Cultural” e da “Bolsa Produção para Artes”. O primeiro dispõe apoio financeiro totalizando R$ 45 mil, para a produção de pesquisas que divulguem o patrimônio cultural da cidade, sendo R$20 mil destinados aos projetos contemplados e R$25 mil para atividades concernentes ao Fundo Municipal de Cultura. A “Bolsa Produção para Artes” viabilizou um total de R$ 427 mil para três categorias definidas como artista iniciante, artista experiente e artista experiente em parceria com artista de qualquer outro estado brasileiro. Informações no site: http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/ acessando “Lei de Incentivo”.

Fonte: site Bem Paraná

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Fernanda Feitosa falou sobre mercado de arte no Shopping Iguatemi. No site de Joyce Pascowitch.

A turma de glamurettes ligada em arte teve encontro marcado na tarde dessa quinta-feira, no Lounge One do shopping Iguatemi. É que, por lá, Fernanda Feitosa, da SP-Arte, comandou um bate-papo sobre arte contemporânea durante o "One Art Day", quarto dia da "One Week". Ela, que é advogada de formação, contou como começou o gosto pelas artes e a ideia de criar a feira, motivada pela vontade de aproximar colecionadores e artistas.

* Criada há seis anos, a SP-Arte conseguiu dobrar o número de galerias - sendo dez do exterior - na edição deste ano, se comparada à estreia, em 2005. "Nosso objetivo é transformar a SP-Arte na maior feira do hemisfério sul. Queremos renovar o colecionismo, trazer novas pessoas para o universo da arte", destacou. Fernanda ainda falou sobre a participação do Brasil no mercado de arte global, além de dar dicas na hora de comprar uma obra.




Confira no site de Joyce Pascowitch.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pinacoteca do Estado recebe doação durante a SP Arte. No Inconfidencial Online

 Katia Velo

Cinco obras expostas na SP Arte, realizada entre os dias 29 de abril e 2 de maio no Pavilhão da Bienal, foram doadas à Pinacoteca do Estado de São Paulo. Duas pelo Banco Espírito Santo Investimento: Recepção, administração, produção, distribuição, 2002, de João Loureiro, Teatro para aviões e navios, 2009, de Tatiana Blass e O jardim – A leitura I, 2010, de Albano Afonso. sendo que esta última foi adquirida pelo Banco durante a Feira. As outras três foram doadas pelo Shopping Iguatemi : Sem título, 2009, de Ulysses Boscolo, Sem título (Série Fluidos corretores), dec. 1970, de Ivens Machado e Sem título (Série Ex-votos), 2008, de Gus tavo Nóbrega.
 
Fonte: Inconfidencial Online

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Novas aquisições. Registro do blog Mamboxx

O MAM recebeu, do Grupo Iguatemi, a premiação para a aquisição de obras de arte, em exposição durante a 6ª SP Arte 2010.


A escolha dos trabalhos ficou por conta da curadora e diretora do MAM-BA, Solange Farkas que trouxe para o acervo baiano as obras Magenta Bird (óleo e acrílico sobre tela, 2010), do artista plástico paulista Rodolpho Parigi, O Sábio (fotografia, 2008), da artista mineira Cinthia Marcelle e Ovos que Não Deitei (impressão em algodão, dry mouting e montagem em acrílico, 2007), da fotógrafa e artista plástica baiana Beatriz Franco. Juntos, os trabalhos somam R$40 mil.

O MAM-BA é a primeira instituição de fora de São Paulo a ser premiada para a aquisição de obras durante a Feira.

Segundo Farkas, a ideia é que o público conheça estes trabalhos já no segundo semestre.

Mas aqui no Mamboxx, já se pode dar uma olhadinha...



 
 
 
 
Ovos que Não Deitei


Beatriz Franco












O Sábio

Cinthia Marcelle




Fonte: blog Mamboxx

terça-feira, 18 de maio de 2010

聖保羅當代藝術博覽會今登場. A feira no site de notícias do UDN, de Taiwan

第6届圣保罗当代艺术博览会(SP-Arte),从今天起至5月2日在巴西圣保罗双年展大楼举行,80家国内外画廊带来2500件艺术品争相吸引收藏家的注意。

去年经济危机过后,艺术市场恢复热络,买家对珍贵作品的需求更加提高。

虽然冰岛火山灰或多或少影响了巴西上周末在伦敦举行的「金砖四国」艺术拍卖会的成绩,但本届圣保罗艺术博览会出售的重要作品,每件都动辄上百万巴西币,加上买家踊跃的情况,使得画廊经纪人对销售抱持乐观态度。

博览会策划人费托沙(Fernanda Feitosa)表示,巴西艺术在国际的名声愈响亮,叫价也愈高。虽然如此,和其他同等级的外国艺术家相比,巴西作品的价格仍便宜许多。

本届博览会还邀请到10家国外画廊参加,包含著名的伦敦Stephen Friedman画廊。

O site do jornal United Daily News noticiou a Feira SP Artes. O site destaca que depois da crise econômica no ano passado, os mercados de arte estão aquecidos e os compradores exigem obras mais valiosas.
A notícia também chama a atenção para as 10 galerias do exterior convidadas, incluindo a Stephen Friedman Gallery, de Londres.

Confira a íntegra (apenas em chinês!)  no site da agência de Taiwan

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Fernanda Feitosa dará palestra sobre Arte Contemporânea, nesta quinta-feira, dia 20, no Iguatemi

A diretora da SP-Arte, Fernanda Feitosa, ministrará palestra sobre Arte Contemporânea na segunda edição da "One Week", evento promovido pelo Shopping Iguatemi. A palestra será realizada nesta quinta, das 14 às 16 horas. As inscrições podem ser feita pelo telefone (11) 4063-8380. As vagas são limitadas

Mais informações na coluna de Joyce Pascowitch

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Yuli Geszti na SP-Arte. Do blog Café Pour Deux

Não entendo muito de arte nem sei falar a respeito, mas fim de semana passado, eu fui à SP-Arte, e dentro das obras que atraíram minha atenção, tinha as da Yuli Geszti.


Nascida na Hungria, ela mora e trabalha no Rio de Janeiro desde 1957. Focando essencialmente na pintura em tinta acrílica sobre tela desde 1994, essa talentosa artista expõe em seus trabalhos minuciosas figuras geométricas que dão a ilusão de volume, com ênfase nos contrastes impactantes de cores, luzes e sombras.

Confira mais no blog Café Pour Deux

quinta-feira, 13 de maio de 2010

SP-Arte Programa de Aquisições

A SP-Arte assumiu como uma de suas missões valorizar o circuito das artes no Brasil. É um movimento junto à sociedade civil para que as pessoas e instituições possam adquirir e doar obras de arte para os principais museus do país. Dentro desse programa, o Shopping Iguatemi e o Banco Espírito Santo tem sido parceiros constantes com doações sistemáticas à Pinacoteca do Estado e museus de outros estados, como o MAM Bahia, MAM Rio de Janeiro, além do MAM São Paulo.

SP-Arte: balanço-geral. Do site Formas & Meios"

Inspirada na feira Art Basel, na Suíça, a SP-Arte se orgulha do título de uma das mais importantes da América Latina e emplaca mais uma edição e um antigo sonho é materializado, a valorização da arte nacional.

O Pavilhão do Ibirapuera, zona sul da cidade, abriga obras de 80 galerias de Portugal, França, Espanha, Uruguai, Argentina, Colômbia e do Brasil. A feira ocorre anualmente com as mais importantes galerias nacionais e algumas internacionais que ocupam mais de 7 mil metros quadrados, praticamente o dobro do espaço ocupado na primeira edição, em 2005. A SP-Arte atua como uma grande vitrine tanto para artistas consagrados quanto para novatos. Também são muitos os convidados e potenciais compradores como curadores de coleções particulares e museus exemplo Tate Modern (Inglaterra), Malmö Konsthall ), Museo de Arte de Lima - MALI (Peru) (Suécia), Museo Universitario Arte Contemporáneo - MUAC (Méxicoe Museo de Arte Conteporáneo de Castilla y León - MUSAC (Espanha). A escolha entre os museus convidados não poderia ser mais acertada, haja vista que, são bons compradores nas feiras em que são convocados. Inspirada nas feiras Basel, na Suíça, Frieze - Inglaterra, Arco, na Espanha e Fiac, na França, tornou-se o maior encontro das artes plásticas na América Latina. É uma oportunidade para uma rica experiência com a arte contemporânea e com a boa qualidade das obras de artistas renomados e jovens talentos. A SP-Arte trouxe para a cidade de São Paulo a atmosfera estimulante destes grandes eventos, e se estabeleceu no calendário nacional e internacional como um dos mais prestigiados eventos de arte na América Latina, lado a lado com feiras como MACO, no México e ArteBa, na Argentina.

Investidor

Em sua sexta edição a feira apresentou 1.400 artistas e 2.500 obras em todos os suportes chegando ao pós grafite. Mediante a variedade de estilos uma pergunta que não quer calar é: Como se tornar um investidor de arte ou em quem apostar?. É praticamente impossível responder essas questões. Tudo funciona mais ou menos no chute. Porém, para aqueles que pretendem investir, o conselho dos colecionadores é que se busque uma galeria tradicional; isso é um bom referencial. Para se ter ideia das dificuldades em se botar valor em uma obra de arte, a renomada casa de leilão, a inglesa Sotheby's compartilhou informações sobre como se estabelece os valores e como ele comporta-se em tempos de crise. A palestra foi abrangente e versou também sobre os mercados de arte contemporânea, latino americano e de design. Portanto, é bom prestar atenção em jovens pintores como Mariana Palma e Eduardo Berliner, Rodolpho e Rodrigo Bivar, Gabriel Nehemy, Hugo Houayek, Bruno Vieira e Maria Luciene da Silva que tiveram boa saída. Já o não tão jovem, o músico dos mutantes Arnaldo Batista, com sua arte com temática “exótico-musical” foi mais admirado do que ‘consumido’.

Vendas

Tudo indica que o recorde de vendas será batido pois somente na noite de abertura,29/4, as principais galerias de São Paulo venderam parte expressiva, 80% de seus estandes. Apesar de não haver quase renovação na lista dos artistas mais vendidos, foram arrematadas obras de Adriana Varejão, Flávio de Carvalho, Tunga, Waltércio Caldas, Leda Catunda, Carlos Cruz-Diez e Julio Le Parc. Uma das vendas mais expressivas da noite foi a peça de Adriana Varejão que alcançou R$ 700 mil. A obra mais cara entre os artistas brasileiros é a escultura Tamba-Tajá, de Maria Martins, que está avaliada em R$ 1,5 milhão. Entretanto, avaliação não é venda é apenas uma pretensão do proprietário da obra. O título de obra de maior valor em exposição fica para a tela de Joaquín Torres-García, 'Puerto Metafísico' - artista construtivo uruguaio -, avaliada em US$ 3,5 milhões.

Entre vendas institucionais, o Museu de Arte Moderna da Bahia ‘arrematou’ belas obras para seu acervo entre elas uma tela de Rodolpho Parigi e fotografias de Beatriz Franco e Claudia Andujar. Já a Pinacoteca do Estado de São Paulo trocou as tradicionais telas a óleo por algo da moda, as instalações. A obra em pauta é de autoria de Gustavo Rezende. Já o Museu de Arte Moderna de São Paulo levou para seu acervo uma obra de Felipe Cohen. O balanço-geral é positivo tanto financeiro quanto em qualidade. Os organizadores do evento esperam atingir nesse ano um volume de vendas de 15 milhões de dólares contra os estimados 12 milhões de dólares de 2009.

Balanço-geral

Se levássemos em consideração o espaço ocupado e o número de galerias na SP-Arte do ano passado em relação a deste ano, falando financeiramente, as cifras são quase idênticas pois em 2010 o espaço físico praticamente duplicou. Entretanto, o pós-feira revela um expressivo crescimento não só em vendas em relação ao ano passado, haja vista que, aproximadamente 16 mil pessoas visitaram os estandes das 80 galerias no Pavilhão da Bienal. Esses dados revelam que a SP-Arte acertou a mão na organização ao conseguir reunir nomes relevantes das artes plásticas do exterior e do Brasil. Outro fator importante também é que o mercado de arte no País parece estar mais maduro reconhecendo, valorizando os artistas e suas produções. É a materialização de um sonho antigo. Até os debates organizados foram bem concorridos atraiu público muito interessado nas informações da programação cultural.

Diversas obras foram doadas – um valor estimado em R$ 200 mil -, as doações buscaram privilegiar artistas emergentes. Colecionadores e curadores deram suas contribuições com pesquisas sobre novos valores. Um conhecido shopping da zona sul da cidade doou um conjunto de sete obras para duas importantes instituições brasileiras. O Museu de Arte Moderna da Bahia foi agraciado com quatro obras, o mesmo número de obras foram doadas para Pinacoteca do Estado de São Paulo. Já Cleusa Garfinkel fez doação de quatro obras ao MAM - São Paulo, que foram escolhidas pela curadoria do próprio museu. Houve um grande interesse, especialmente da imprensa impressa e online em acompanhar desde os preparativos ao encerramento da feira. Segundo informação do site da SP-Arte, ao menos 400 matérias foram publicadas entre reportagens mais densas, notas sobre a edição ou entrevista. Em resumo, O Pavilhão da Bienal materializou, tanto as expectativas dos organizadores da feira quanto dos artistas. Foram cinco dias de um grande encontro de artes plásticas da América Latina.
 
O entusiasmo é tanto que as datas das próximas feiras encontram-se disponibilizadas são elas: SP-Arte: 2011/ 12 - 15 maio /2012 10 a 13/05, / 2013: 08 a 12 maio / 2014 - 07 - 11 e em 2015 - 06 a 10 maio
 
Do site Formas e Meios

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ensaio fotográfico do Studio Anta sobre a Feira.

Confira o belo e simpático ensaio fotográfico feito pelo Studio Anta, de Belo Horizonte.


Confira mais fotos no blog do Studio.

Marina Lima aprecia o belo. Revista Caras

Entre vips, cantora é só elogios à 6ª SP-ARTE


Entre 29 de abril e 2 de maio, o icônico prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, na capital paulista, abrigou um dos maiores encontros das artes plásticas na América Latina. Em sua 6ª edição, a SP-ARTE - Feira Internacional de Arte de São Paulo reuniu mais de 2500 obras de 1400 artistas renomados e jovens talentos de 70 galerias do Brasil e outras 10 de países como Argentina, Uruguai, México, Estados Unidos, Espanha, França e Inglaterra. Oportunidade de ouro para apreciar também coleções particulares e de museus como o inglês Tate Modern.


No coquetel vip, na quarta, 28, Marina Lima (54) era das mais entusiasmadas. "O evento é incrível. As galerias colocam os trabalhos que vendem ali, todas juntas, o que facilita para nós, interessados em artes plásticas. Num só lugar, se pode ver e comprar trabalhos variados, um Hélio Oiticica, um Volpi, um Chelpa Ferro (grupo de artistas cariocas), todos na mesma feira! Realmente, adorei", diz a cantora, que agora se divide entre SP e Rio.

Recebidos pela idealizadora e diretora do evento, Fernanda Feitosa (43), o casal de jornalistas Sandra Annenberg (41) e Ernerto Paglia (51) e sua colega Mônica Waldvogel (54) somavam elogios. "Este é o tipo de noite que nos deixa com água na boca, dá vontade de levar tudo pra casa! Que delícia ver de perto o que está sendo produzido no mundo", afirma Mônica.

O sucesso da empreitada encheu de orgulho ainda a empresária paulistana Jully Fernandes (36), da Galeria de Babel, que representa, dentre outros, Martin Gurfein (47), editor de Fotografia de CARAS. Fotógrafo com 30 anos de experiência, Martin, na terceira participação na SP-ARTE, expôs um tríptico de sua série Invisible.
 
Fonte: Revista Caras

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desafios da SP-Arte: Bate-papo com Fernanda Feitosa

Nina Gazire


Com recordes de público e vendas, termina no domingo 2 a sexta edição da maior feira de arte do País, a SP-Arte. Sua diretora, a empresária Fernanda Feitosa, comemora o sucesso do evento como catalisador do mercado de arte local, mas atenta para um grande obstáculo ao seu crescimento internacional: as barreiras alfandegárias.




R$ 2 MILHÕES
Escultura da série “Bicho”, de Lygia Clark, foi a obra
vendida a preço mais alto, em 2009




A SP-Arte completa seis anos. O que mudou desde o início?

Para se ter uma feira de arte de sucesso é preciso que três fatores atuem em conjunto: uma boa produção artística, galerias de qualidade e colecionadores interessados. Esse tripé já existia no momento em que a SP-Arte surgiu e, após a consolidação da feira, o mercado cresceu mais ainda. De 2008 para 2009, a feira deu um salto de 20% de crescimento no número de público e de galerias. Este ano esperamos manter essa taxa de crescimento. O que mudou em seis anos foi a percepção do público em relação à arte.



O Brasil tem uma das taxas tributárias mais altas sobre a venda de obras de arte. De que maneira o governo pode ajudar o comércio internacional da arte brasileira?

Hoje temos 40 feiras internacionais de arte, que acontecem em países com um cenário tributário adequado. As tributações da Basileia, Suíça, ficam em torno de 4%. A tributação sobre obras de arte na Argentina, que também tem uma feira internacional, fica em torno de 17%. O Chile, que agora igualmente se propõe a fazer uma feira de arte, conseguiu uma isenção fiscal sobre as obras a serem negociadas durante a feira. No Brasil, estamos em situação desfavorável. Como a taxação incide em cascata, temos uma tributação de mais de 50% sobre o preço das obras. Isso afasta os colecionadores e as galerias internacionais de uma participação mais ativa no mercado da arte nacional. Dessa forma, acabamos perdendo expositores para países vizinhos como Argentina, Porto Rico e Venezuela. Para transformar o País em polo cultural para a arte, é preciso que o governo diminua as barreiras alfandegárias e ofereça incentivos fiscais.



Como você vê a tendência de as feiras incluírem atrações culturais em seus programas?

Um dos nossos principais intuitos é a formação de um público consumidor de arte brasileira. Para se consumir arte, é preciso entender o que se está consumindo. O colecionador brasileiro tem um perfil extremamente jovem. Um marchand me revelou que grande parte dos seus compradores possui em torno de 25 a 30 anos. Para esse público consumir de maneira adequada, é necessário, além da criação das feiras de arte com um grande leque de artistas e expositores de qualidade, um programa educativo que encare essa nova face do mercado.



Fonte: IstoÉ

sexta-feira, 7 de maio de 2010

SP-Arte foi um sucesso de vendas, diz Fernanda Feitosa. No Estadão

Com vendas na casa dos R$ 30 milhões, diretora do evento diz que não há crise no mercado de arte do País

Camila Molina

SÃO PAULO - Pelos cálculos, fechados até esta quinta, 6, o volume total de vendas de obras na 6.ª SP-Arte - Feira Internacional de Arte de São Paulo, que ocorreu até domingo no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, ficou entre R$ 30 milhões e R$ 32 milhões. "É um balanço pendente", como diz a diretora do evento, Fernanda Feitosa, porque, segundo ela, há negociações de obras ainda correndo, um movimento corriqueiro pela natureza de feiras. De qualquer maneira, como Fernanda estima, o balanço de 2010 revela aumento de cerca de 15% em se comparando com a edição passada da SP-Arte, de 2009, que teve cerca de R$ 26 milhões (ou US$ 15 milhões) de vendas. Não existe mesmo crise nenhuma no mercado de arte brasileiro.


Eento durou cinco dias; colecionadores não levam peças de valores milionários

No mesmo fim de semana em que ocorreu a feira na Bienal, com participação de 80 galerias, nacionais e estrangeiras e visitada por 15.795 pessoas, a Bolsa de Arte do Rio de Janeiro realizou em São Paulo dois leilões, um de arte moderna e outro de arte contemporânea, design e fotografia. Como conta Jones Bergamin, diretor da Bolsa de Arte, cada leilão rendeu em torno de R$ 2 milhões de vendas - o grande destaque foi This Is a Canvas, This Is a Box, acrílica sobre tela de 1996 de Cildo Meireles, arrematada por R$ 400 mil.

Cálculos. "É um momento financeiro muito bom, graças a Deus!", festeja Alessandra d’Aloia, presidente da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abac), que agrega 20 galerias de 5 Estados e sócia da Galeria Fortes Vilaça, uma das mais importantes de São Paulo. Segundo cálculos da Abac, entidade criada em 2008, houve aumento de 30% de venda de obras de seus associados nesta 6.ª SP-Arte. "É um estrondo", define Alessandra. Pela primeira vez a Abac se dedicou a fazer um balanço de volumes vendidos.

Mas fazer cálculos de feiras é sempre complicado, ainda mais porque se misturam os chamados mercados primários e secundários no mesmo evento. No caso da SP-Arte, que reuniu cerca de 2.500 obras - e também promoveu cerca de R$ 190 mil em doações do Shopping Iguatemi, Banco Espírito Santo e da colecionadora Cleuza Garfinkel para aquisições destinados aos acervos da Pinacoteca do Estado, Museus de Arte Moderna de São Paulo e da Bahia -, há uma especificidade: ela é uma feira na qual colecionadores não arrematam peças de valores milionários ou mais caros. "Pode-se dizer que trabalhos de até US$ 50 mil se vendem bem", conclui Alessandra, exemplificando que foi A Coluna de Cinzas, de Nuno Ramos, vendida a US$ 90 mil, a peça de valor mais alto vendida no estande da Galeria Fortes Vilaça, que tem ainda em seu time nomes como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto.

Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke Cultural, afirma que Figura em Azul, pintura moderna de cifra milionária de Ismael Nery e datada de 1928, considerada uma das mais caras desta 6.ª edição da SP-Arte, ainda está em negociação. "As obras de menor valor são vendidas, as de mais valor, demandam negociação", diz Perlingeiro. A escultura em bronze de 1945 de Maria Martins exibida no estande da Arte 57, que também seria um destaque do evento, cotada a R$ 1,5 milhão, saiu sem comprador. "Acredito que haja mais folclore do que realidade quando se fala de uma efervescência do mercado. Colecionadores interessados em coisas excepcionais estão negociando muito. A euforia existe para arte contemporânea de valor palpável", pondera Max Perlingeiro.

Números:

A Feira Internacional de Arte de São Paulo revela alguns dados

32 milhões de reais - foi o volume estimado de vendas na edição deste ano

15% de aumento de faturamento em relação a 2009, que movimentou R$ 26 milhões

190 mil reais foi o valor aproximado de doações para instituições de São Paulo e Bahia

15.795 visitantes em cinco dias de feira, 20% a mais que em 2009

Fonte: Estadão

SP Arte tem vendas de R$ 31,45 milhões e crescimento de 15%. Na Folha Online

Folha Online

A sexta edição da feira SP Arte, encerrada no último domingo, faturou cerca de 15% a mais do que no ano passado. Em 2009, o evento sediado no pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, registrou cerca de US$ 15 milhões, ou R$ 27,75 milhões, em vendas. Neste ano, o total foi US$ 17 milhões, ou R$ 31,45 milhões.

Também houve um aumento de público de 20%, com 16 mil visitantes, sendo 30% do público veio de outros Estados.

Nesta edição, estavam a venda cerca de 2.500 obras de arte espalhadas por estandes de 80 galerias, uma a mais do que no ano passado.

Não foram confirmadas as vendas das obras mais caras da SP Arte, como "Puerto Metafísico", de Joaquín Torres-García, avaliada em US$ 3,5 milhões, e "Tamba-Tajá", de Maria Martins, de R$ 1,5 milhão, mas a venda de contemporâneos puxou a alta dos negócios.

Publicado em 06/05/2010

Fonte: Folha de S. Paulo

Em tempo: Os organizadores da SP-Arte não "registram" as vendas realizadas. Não temos assim nenhuma cifra exata do que foi vendido. Temos apenas estimativas baseadas em relatos informais de galeristas, marchands e eventualmente dos compradores. E como toda estimativa informal contém a possibilidade de uma considerável margem de erro.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

SP Arte, feira paulista de galerias, atinge seu auge após o fim de temores da crise econômica

A profusão de homens de terno e gravata indicava que o negócio era sério. Quando, na última quarta-feira, foi aberta a sexta edição da SP Arte - feira de galerias de arte que terminou no domingo, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo -, dezenas de colecionadores já tinham feito suas compras antecipadamente, revela reportagem de Suzana Velasco, publicada nesta segunda-feira no GLOBO. E, enquanto chegavam as cinco mil pessoas que estiveram na abertura, as obras vendidas eram substituídas por outras ali mesmo, sem muito planejamento - ou eram acompanhadas de adesivos vermelhos e azuis indicando sua venda. Às 20h, duas horas antes do fim da festa, era praticamente impossível ver as obras nos estandes lotados. No dia seguinte, a maior parte dos representantes das 80 galerias da SP Arte era só sorrisos. A opinião geral de galeristas, colecionadores e artistas era de que a feira chegou ao auge, depois de superados os maiores temores da crise econômica.


- O mercado está muito mais profissional - afirma o colecionador Fábio Faisal - As galerias trouxeram o que há de melhor. Isso é um reflexo do amadurecimento do sistema de arte, que não está mais desesperado, não se comporta mais como numa aposta de jóquei.

O que seu viu nos primeiros dias de feira, porém, pode ser comparado a uma corrida de cavalos, pela disputa e pela rapidez dos resultados. Nas primeiras horas de feira, a galeria Nara Roesler, de São Paulo, vendeu uma série de cinco instalações fotográficas de Marcos Chaves, "Oblíquo", por R$ 85 mil cada uma. É um valor altíssimo para um múltiplo, se comparado, por exemplo, com uma pintura de Iberê Camargo, um dos mais importantes artistas do século XX, que foi vendida por R$ 140 mil na galeria Gustavo Rebello. A arte cinética também se mostrou em alta. A Nara Roesler vendeu uma obra do argentino Julio Le Parc por 300 mil, além de um cinético de Abraham Palatinik - que também teve três obras vendidas na galeria Anita Schwartz. Isso tudo na noite de abertura, obrigando os galeristas a repensarem seus estandes, como Silvia Cintra, que vendeu obras de Daniel Senise e Nelson Leirner, a cerca de US$ 40 mil cada uma, e outras mais em conta, como seis pinturas de Antonio Bokel, a R$ 5 mil cada. Márcia Barrozo do Amaral vendeu peças de Franz Weismann e Frans Krajcberg, por entre R$ 100 mil e R$ 200 mil. E Mercedes Viegas também vendeu obras importantes, como uma escultura de Angelo Venosa, por R$ 50 mil, além de ter reservado duas obras do artista por R$ 35 mil cada. Mas a maior parte dos galeristas prefere silenciar sobre o valor das obras, alguns declaradamente por causa da Receita Federal.

Fonte: O Globo

Feira SP Arte termina com mais vendas. Na Folha de S. Paulo

Encerrada no último domingo, a sexta edição da feira SP Arte, no pavilhão da Bienal, reuniu 80 galerias com 2.500 obras à venda. Neste ano, o evento teve 16 mil visitantes, 20% a mais do que no ano passado, sendo 30% do público de outros Estados.

Não há ainda um número oficial de vendas, mas a diretora da SP Arte, Fernanda Feitosa, acredita que bateram a marca dos R$ 15 milhões, faturamento total do ano passado. "Com certeza, todo mundo superou a expectativa", disse Feitosa à Folha.

Não foram vendidas as obras mais caras da SP Arte, como "Puerto Metafísico", de Joaquín Torres-García, avaliada em US$ 3,5 milhões, e "Tamba-Tajá", de Maria Martins, de R$ 1,5 milhão, mas a venda de contemporâneos puxou a alta dos negócios. "São valores menores, mas o volume é maior."



Fonte: Folha de S. Paulo

Arte acelerada, na Folha de S. Paulo

SILAS MARTÍ


Estampado na capa do catálogo de um leilão paulistano, um trabalho de Adriana Varejão foi arrematado, na semana passada, por R$ 551 mil sob aplausos tímidos e um "parabéns" do leiloeiro. A quadras dali, colecionadores disputavam obras no pavilhão da Bienal, que pareceu pequeno demais no furacão da SP Arte.

Em dez anos, obras de Varejão, Cildo Meireles, Vik Muniz e Beatriz Milhazes chegaram a se valorizar até 5.000%.

A entrada de megainvestidores no mercado de arte também promete anabolizar preços. "É o ativo mais valorizado, mais do que ações, mais do que o dólar, mais do que o ouro", diz Heitor Reis, que está liderando um fundo de investimentos de R$ 40 milhões para comprar arte brasileira. "É superagressivo", diz a galerista Márcia Fortes. "Está demasiado acelerado."


Mercado opera em ritmo artificial

Com escassez de obras consagradas no mercado, trabalhos de artistas ainda em ascensão entram em espiral de valorização

Estudo de investidores mostra que peças de Cildo Meireles, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes valem 50 vezes o que valiam em 2000


Num mercado enxugado pela altíssima demanda, obras de artistas consagrados, em geral os mortos, estão cada vez mais escassas, abrindo um vácuo para que as bolas da vez da arte contemporânea se transformem mais cedo que nunca em fetiche de colecionadores.

Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Vik Muniz e Adriana Varejão viraram cifrões luminosos em cartelas de investimento. Na cola deles, nomes da novíssima geração, como Thiago Rocha Pitta, Tatiana Blass, Henrique Oliveira e André Komatsu já sofrem especulação.

"Poucos ativos têm potencial de valorização tão grande quanto arte brasileira", diz Rodolfo Riechert, da consultoria Plural Capital. "É um dos melhores campos para investir."

Junto de Heitor Reis, ex-diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, Riechert criou um fundo de investimentos de R$ 40 milhões para arte brasileira. Um estudo que fizeram circula entre possíveis investidores e mostra que obras de alguns artistas hoje chegam a valer 50 vezes o que valiam há dez anos.

"Essa figura do investidor, que é comum lá fora, começou a aparecer também por aqui, gente que viu que comprar uma Beatriz Milhazes é um alto investimento", diz o galerista Oscar Cruz. "É sinal da evolução do mercado, é uma tendência."

No caso, tendência que leva o mercado a operar num ritmo artificial. A entrada de megainvestidores no circuito, às vezes mais interessados em lucrar com a revenda de obras em momentos estratégicos do que formar coleções, vem sustentando uma bolha especulativa e tornando menor o intervalo entre o momento em que o artista surge no circuito e a hora em que suas obras vão a leilão.

Espiral de valor

Trabalhos chegam a valer até cinco vezes sob o martelo do leiloeiro o preço que têm no cubo branco das galerias. Isso porque elas não têm "pronta entrega", nas palavras de Jones Bergamin, diretor da Bolsa de Arte, a casa de leilões mais importante do país. "Eles não têm como suprir a demanda do mercado, já que a rotatividade está muito intensa e o gosto muda muito rápido."

Dependendo desse gosto, séries específicas de alguns artistas, como as fotografias com diamantes, de Vik Muniz, ou as paredes que simulam charque, de Adriana Varejão, entram numa espiral descontrolada de valores. Isso pode estancar a demanda por esses artistas e levar a uma eventual desvalorização, ou seja, ao estouro da bolha.

"Tem gente que retira obra da galeria e manda entregar na casa de leilão", diz Márcia Fortes, da Fortes Vilaça. "É péssimo porque essas pessoas não representam o artista, só trabalham a especulação da obra", diz o galerista André Millan. "Mas não tem controle, a gente não comanda o espetáculo."

No máximo, galeristas tentam conter a alta excessiva dos valores comprando de volta obras de seus artistas que surgem no mercado. Até vão a leilões para resgatar suas obras e evitar que não sejam vendidas.

Mas, enquanto galeristas no país se assustam, esse movimento é normal no mercado internacional, sinal de que o país se aproxima de hábitos de consumo praticados lá fora. "Isso é bom, a gente tem de abrir a cabeça", diz Maria Baró, galerista espanhola radicada em São Paulo. "Isso de ficar marcando território é um erro."

(SILAS MARTÍ)


Impostos sobre obra de arte podem chegar a até 42% de seu valor em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Na semana passada, uma agente do Ministério da Cultura recebeu uma ligação da Receita Federal. Diziam querer doar ao Iphan uma obra de arte apreendida em 2009 no aeroporto de Viracopos. A tela, que chegou numa caixa com valor declarado de US$ 1.200, é, na verdade, a obra "Claudius", do alemão Gerhard Richter, avaliada em R$ 3,6 milhões.

"Explicaram que era uma obra de um artista importante", conta Wivian Diniz, coordenadora de bens móveis do Iphan. "Quando vi que era uma tela do Richter, levei um susto."

Mais pelo valor do que pelo fato de a obra entrar no país de forma ilegal. Esse desvio que levou o quadro de Richter a ser apreendido é comum no Brasil, país que não concede isenção de impostos a obras de arte.

Quando o trabalho de um artista é importado, mesmo que o autor seja brasileiro, a soma de impostos que incidem sobre a obra pode chegar a 42% de seu valor, pelo menos em São Paulo, já que as alíquotas incluem o ICMS, uma tarifa estadual.

Segundo informou a Receita Federal, em nota à reportagem, não há uma diferenciação entre produtos importados. Ou seja, qualquer objeto que entra no país é passível de tributação se não for isento de impostos.

"O descaminho [sonegação de impostos] de obras virou regra, é absurdo", diz Luís Nader, consultor da Unesco que estuda a questão a pedido do MinC. "Qualquer pessoa desse mercado admite, sem constrangimento, que isso é feito assim."

A Folha teve acesso à pesquisa. O documento sugere que obras de arte sejam isentas de parte dos impostos e que também seja ampliado o prazo de importação temporária de obras, ou seja, período em que trabalhos ficam no país para participar de exposições, que hoje é de seis meses, prazo "ridículo" na avaliação de Nader.

Entre outros esforços, o MinC está em negociações com a Receita para isentar de impostos as obras de artistas brasileiros que estão fora do país.

"É danoso punir colecionadores brasileiros que estão às vezes tentando repatriar obras", diz María Bonta, diretora de arte latino-americana da casa de leilões Sotheby's, que deve enviar uma carta ao governo brasileiro sugerindo a isenção de impostos. "Isso limita o volume de negócios que podemos fazer no país." (SM)

 
Fonte: Folha de S. Paulo

terça-feira, 4 de maio de 2010

Comece sua coleção de arte

Saiba como ter quadros, gravuras e fotografias de artistas famosos em casa

Juliana Guimarães, especial para o iG São Paulo


Decorar a casa com obras de arte sempre pareceu ser algo inacessível para meros mortais. Mas eventos como a SP Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo – que acontece até 2 de maio no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, na capital paulista, estão começando a quebrar esse paradigma.
“Atualmente, o mercado é democrático e acessível. É preciso perder o constrangimento, entrar nas galerias, observar muito e perguntar sobre tudo”, afirma o designer e colecionador José Marton. Segundo ele, há mais obras com valores acessíveis do que se pensa. “Para começar, não é preciso comprar a peça mais cara do artista. Existem gravuras e desenhos que cabem no bolso de qualquer público, basta ter paciência e bom senso para escolher”, indica.

Porém, antes de sair à procura das peças para compor o acervo é fundamental frequentar exposições e museus. “É um treinamento visual e uma oportunidade de encontrar pessoas do universo das artes e criar relacionamentos intensos”, diz Fernanda Feitosa, organizadora da SP Arte.

Credibilidade e autenticidade

O próximo passo na hora de comprar uma obra é procurar galerias com credibilidade e boas referências. “Para não transformar seu investimento em prejuízo, consulte profissionais da área, verifique se a galeria é reconhecida no mercado e se participa de feiras e exposições” diz Antonio Almeida, sócio da galeria Almeida & Dale.

O alerta é fundamental uma vez que, infelizmente, existem muitas falsificações no mercado de arte. “O problema acontece principalmente com obras de artistas consagrados. Por isso é necessário verificar a autenticidade com profissionais capacitados para avaliar as técnicas, a tela e as pinceladas”, completa.

Gosto pessoal também conta

A identificação do colecionador com a obra também é uma característica fundamental para a composição do acervo. “Não adianta sair por aí comprando tudo. É preciso gostar do que viu, é o seu querer que deve ser levado em consideração”, diz Marton.

Porém, se você aprecia, mas não se sente seguro no momento de comprar as obras, vale pedir a ajuda de especialistas. “A dica é encontrar um bom procurador. Ele pode te orientar a negociar e a escolher”, diz Almeida “Mas não esqueça de contratar aqueles com referência no mercado”, completa.

Outra alternativa para orientar o novo comprador é mergulhar no mundo das artes e começar a estudar o assunto. “Procure um bom curso. O conhecimento te ajudará a escolher as obras”, sugere Marton.

domingo, 2 de maio de 2010

A SP-Arte no Jornal da Globo

Confira matéria dessa sexta-feira, dia 30, no Jornal da Globo. Em vídeo.

Na SP-Arte, os visitantes podem fazer investimentos. Para quem não pode gastar muito um caminho natural são artistas mais jovens. Se o objetivo é fazer negócio, uma dica é garimpar o que é diferente.

Sexta-feira, 30/04/2010

Hoje é o último dia para visitar a SP-Arte

Domingo (2) é o último dia para visitar a sexta edição da SP-Arte (Feira Internacional de Arte de São Paulo), montada no Pavilhão da Bienal (zona sul de São Paulo). Voltada para estudantes, artistas jovens e apreciadores de arte moderna e contemporânea, a feira reúne 2.500 obras reunidas por 80 galerias nacionais (70) e estrangeiras (10).

Há artistas renomados como Adriana Varejão --brinca com a geometria do cotidiano, com objetos que lembram saunas, piscinas e banheiros, para trabalhar de outra forma a profundidade, o espaço e a cor--; Alex Flemming, que leva para a exposição um de seus aviões autorais; e famosos como o fotógrafo JR Duran e Arnaldo Antunes. Ao todo, são 1.400 artistas a engrossar a lista dos participantes.

Esta também é a primeira vez que o público poderá ver uma galeria virtual, em que é possível adquirir obras como se fosse uma real.

Fonte: Folha de S. Paulo

sábado, 1 de maio de 2010

A arte que também é investimento. No G1

Obra de arte pode ser um bom investimento, mas não basta dinheiro para aplicar nesse mercado. O Jornal da Globo visitou a SP-Arte, a maior feira do país, para descobrir como fazer um bom negócio.

Alan Severiano

O consagrado Portinari vizinho dos badalados gêmeos. Duas faces de um mercado em ebulição e de muito bom humor. O Brasil está na moda também no mundo das artes plásticas. "Há um interesse forte pela arte brasileira hoje no mercado internacional", diz a vice-presidente da casa de leilão britânica Sotheby's.

A feira reúne 2.500 obras e a expectativa é que 15 mil pessoas gastem R$ 25 milhões no Brasil, para muita gente um investimento.

"Às vezes no mercado de capitais você ganha dinheiro mais rápido, seis meses, um ano, você ganha. Mas no mercado de arte você não só dobra, você pode multiplicar por dez, 100 vezes o valor da obra adquirida", afirma a diretora da feira, Fernanda Feitosa.

Para os colecionadores tradicionais, uma feira como essa é trivial. Produtos pendurados nas paredes, cada um com um preço. Basta pagar e levar. Já para quem pensa em comprar a primeira obra de arte, a experiência não é tão simples.

A jornalista, Jéssica Castelli e o marido são estreantes. "A principal dificuldade é saber o que é arte e o que não é". Dependendo da obra, uma dúvida pertinente.

Para quem não pode gastar muito um caminho natural são artistas mais jovem. O foco de uma galeria, com obras a partir de R$ 300,00. "O fundamental é isso, você ter uma pessoa que te oriente e comprar coisas que você gosta", explica a galerista, Cecília Isnar.

Se o objetivo é fazer negócio, uma dica é garimpar o que é diferente. "Difícil é ver o que está na frente. A grande compra é quando você ainda compra ele baixo, você não compra quando ele está no top dele", afirma o colecionador, Daniel Rangel.

Com olhar apurado de fotógrafa, Débora Engel investe em outros artistas. "Trabalhos que comprei por R$ 350,00 e valem hoje R$ 8 mil no mercado". De malas prontas para a primeira exposição internacional, aposta na valorização do próprio trabalho. "Eu espero que o passe suba", conclui.

Fonte: G1

Feira em São Paulo atesta ebulição do mercado de arte

SILAS MARTÍ
da Reportagem Local

Podiam ser fogos de artifício o espocar das rolhas de prosecco, espécie de trilha sonora desta edição da SP Arte. "Deu uma sensação dos tempos áureos, está bombando em todos os sentidos", diz Ricardo Trevisan, da galeria Casa Triângulo, que entrou na feira com metade de suas obras já vendidas. "É um saldo azul, azulzíssimo."

Veja as obras vendidas na SP Arte

Desde que abriu as portas na última quarta, a feira de arte no pavilhão da Bienal tem levado hordas de colecionadores ao Ibirapuera. Chegaram a se dividir em turnos para fazer compras nas 80 galerias representadas ali. Do primeiro para o segundo dia, Fortes Vilaça, Vermelho, Nara Roesler, Luciana Brito e Casa Triângulo já tinham esgotado pelo menos 80% das obras que levaram.

Na ressaca da abertura, galeristas correram para reabastecer seus estandes. A Fortes Vilaça mandou trazer obras da dupla Osgemeos direto do ateliê dos artistas --foram vendidas menos de duas horas depois de chegar ao pavilhão. Na Leme, uma série de Felipe Cama esgotou também na primeira noite e mandaram emoldurar mais obras às pressas.

"Vendeu tudo e colocamos edições no lugar", conta Eduardo Brandão, da Vermelho. "Por causa disso, vendemos também até o que está na galeria."



"Ruína e Charque - Porto", obra de Adriana Varejão na SP Arte que tem valor estimado em cerca de R$ 1 milhão

Uma obra de Julio Le Parc, vendida por 300 mil euros na Nara Roesler, já cedeu lugar a outra peça do artista, ainda mais cara. No mesmo estande, uma série inteira de Marcos Chaves foi comprada por R$ 425 mil. Só na abertura, a galeria avalia ter movimentado cerca de R$ 2,5 milhões --no ano passado, o faturamento total da feira, com 79 galerias, foi R$ 15 milhões.

Mas é difícil fazer as contas. Muitos valores não são declarados por medo de assaltos e sequestros e receio de fiscalização tributária, já que esse é um mercado de grande informalidade e, dependendo da origem da obra, impostos podem chegar a até 42% de seu valor.

Talvez por isso, não foram vendidas as obras mais caras da feira. "Puerto Metafísico", tela do uruguaio Joaquín Torres-García avaliada em US$ 3,5 milhões, "Tamba Tajá", obra de Maria Martins com etiqueta de R$ 1,5 milhão, "Morto", de R$ 1,1 milhão, de Portinari, e "Ruína e Charque - Porto", peça de Adriana Varejão com valor estimado em cerca de R$ 1 milhão, estão sem comprador.

Enquanto isso, obras de valor menor, como as pinturas de Mariana Palma e Eduardo Berliner, na Casa Triângulo, têm fila de espera de interessados.

Fonte: Folha Online