Silas Martí
A ascensão de eventos como a SP Arte - em contraposição à crise das bienais - altera as relações dos artistas com o mercado, o público e suas próprias obras
Quando o coletivo Chelpa Ferro e o artista Caio Reisewitz apresentaram suas obras no pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza, há três anos, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, estava na cidade, mas faltou ao vernissage por um problema de agenda.
Há dois meses, em Madri, lá estava o ministro ao lado dos reis da Espanha, Juan Carlos e Sofía, para a abertura oficial da Arco, feira de arte que teve o Brasil como convidado de honra e mereceu R$ 2,6 milhões do Ministério da Cultura, 130 vezes o valor investido então em Veneza.
Um "problema de agenda" no mínimo sintomático da ascensão das feiras de arte em detrimento das bienais. Os eventos do mercado ganham prestígio comparável às grandes mostras. E é nesse cenário que a SP Arte, em São Paulo, ganha a quarta edição neste mês.
Dessa decadência das bienais surge um roteiro alternativo para o jet-set das artes visuais, que disputa com as exposições a atenção dos críticos e do público. No lugar de Veneza, São Paulo e Kassel, na Alemanha, onde a cada cinco anos acontece a Documenta, ganham peso na agenda de curadores, galeristas e colecionadores as cidades desse circuito comercial: Madri, Nova York, Basiléia, na Suíça, Londres e Miami. O reino das feiras.
Íntegra: Revista BRAVO!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário