Participei ontem à noite de uma aula inaugural da pós-graduação em História da Arte na USP, sobre “mercado e arte”. Agora leio um encarte da Bravo sobre a feira SP Arte, que será de 19 a 22 no Pavilhão da Bienal. O mercado de arte brasileiro é muito pequeno e oscilante e precisa de iniciativas como essa. É muito sujeito a atos voluntariosos, como o surgimento e a morte de um Marcantonio Vilaça e o surgimento e a prisão de um Edemar Cid Ferreira, para não falar do projeto quase quixotesco de Bernardo Paz em Brumadinho (um Centro de Arte Contemporânea com obras de Tunga, Cildo Meireles, Miguel Rio Branco e outros). Falta continuidade, consistência.
Há não mais que meia-dúzia de colecionadores com “olho” para arte, como Gilberto Chateaubriand, entrevistado no encarte. Não temos boas revistas de arte, os críticos estão sumindo, as galerias expõem pouco e vivem em função de feiras e bienais internacionais. Só alguns artistas brasileiros, como Ernesto Neto e Beatriz Milhases, têm boas cotações no exterior. E os brasileiros muito ricos, muitas das quais não aparecem na “Forbes” (na qual não estão inclusive pessoas ligadas à arte, como Milu Vilella e a família Moreira Salles), delegam compras a seus decoradores – que escolhem Juarez Machado, Romero Brito e quetais – e não colaboram com instituições públicas ou mesmo privadas. Depois reclamam quando uma coleção como a de Adolpho Leirner é vendida para o museu de Houston. Ou quando o Masp cai nas mãos de um Júlio Neves. Mercado de arte também é “cosa mentale”…
Estadão
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