SÃO PAULO (Reuters) - Mais de 50 galerias de arte brasileiras, além de algumas estrangeiras, se reuniram para a terceira edição da SP Arte, uma feira internacional com 2 mil obras, que deve receber 10 mil visitantes até domingo na capital paulista.
O evento no pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, abriu na noite de quarta-feira e é composto por 70 por cento de galerias de arte contemporânea, 20 por cento de arte moderna e 10 por cento de galerias que trabalham com os dois períodos.
"A feira de arte é diferente dessas feiras convencionais, que você pega uma bolsa, compra e vai embora", explicou a diretora, Fernanda Feitosa. "São feiras de contato, de divulgação, você vai uma, duas vezes, leva esposa, marido para ver se (a obra) agrada, e nem sempre o negócio é fechado na hora, e sim depois."
Segundo os organizadores, o público tem aumentado a cada ano, um reflexo de um mercado que vem crescendo, como demonstram as dezenas de galerias de médio e pequeno porte que abriram no último ano em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Entre algumas novatas da feira estão a carioca Tempo e a paulistana Oeste, ao lado de veteranas como Fortes Vilaça, Brito Cimino, Milan e Laura Marsiaj. Além de contemporâneas ou modernas, há as que se especializaram em gravuras, como a Virgílio, ou em japoneses e descendentes, como a Deco.
Para o galerista Daniel Roesler, da Nara Roesler, houve uma diferença no mercado nesses últimos três anos, quando aconteceu a primeira edição da SP Arte. "Agora tem mais pessoas interessadas em começar uma coleção ou levando mais a sério suas coleções", disse.
"Posso dizer que só ontem, na abertura, fizemos três novos clientes e muitos outros contatos", completou, sem quer falar de preços ou estimativa de negócios. Entre os destaques de sua galeria, estão trabalhos de Abraham Palatnik, pioneiro da arte cinética, e de José Patrício, com painéis de madeira e milhares de dominós.
Pelos corredores do andar térreo da Bienal, é possível passear pelos estandes das galerias e ver trabalhos de peso como uma escultura futurística de Tony Cragg, um dos principais artistas ingleses, e uma instalação do pernambucano Tunga, um dos brasileiros com mais projeção internacional.
Seis galerias estrangeiras integram o elenco da feira, vindas de França, Portugal, Chile, Espanha, Uruguai e Argentina. Outras nove são de fora do circuito Rio de Janeiro-São Paulo, com destaque para Minas Gerais.
Para marinheiros de primeira viagem, que querem começar uma coleção ou investir no mercado, a feira é uma oportunidade para conhecer o portfólio das galerias e o trabalho de jovens artistas, cujas obras costumam ter preços mais acessíveis.
"Buscar informações e contatos com colecionadores e galeristas que inspirem confiança também ajudam para quem quer começar", disse Feitosa. "Ter uma boa biblioteca é também fundamental, assim como frequentar outras freiras, galerias e museus."
A SP Arte (www.sp-arte.com) também promove uma mostra de vídeos e um ciclo de palestras até domingo, que contará, entre outros, com o artista Cildo Meirelles, o curador Tadeu Chiarelli e a crítica Claudia Laudanno, da revista ArtNexus.
O ingresso para a feira custa 20 reais, estudantes pagam meia.
(Por Fernanda Ezabella)
quinta-feira, 19 de abril de 2007
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Feira SP Arte chega à terceira edição com panorama variado e discussões sobre o tema
Paisagem Urbana no Rio de Janeiro, guache sobre cartão de Di Cavalcanti da Gal. Athena
VEJA DESTAQUES
Uma prévia para imprensa e convidados abre nesta quarta, 18, a partir das 19h30, a SP Arte - Feira Internacional de Arte Moderna e Contemporânea. O evento acontece no prédio da Bienal de São Paulo, no Parque Ibirapuera, e está em sua terceira edição. A edição 2007 abre para o público em geral entre os dias 19 e 22 de abril, no edifício Bienal do Parque Ibirapuera, com 59 galerias, nove a mais do que em 2006, e cerca de duas mil obras de sete países.
Publicado em 18/04/2007 - 18h48
Íntegra: UOL
'SP Arte' chega à sua terceira edição no Ibirapuera
Em sua terceira edição, a 'SP Arte - Feira Internacional de Arte de São Paulo', que será inaugurada hoje para convidados no Pavilhão da Bienal, está maior: participam 58 galerias (brasileiras e estrangeiras) - eram 59, mas, por problemas de envio das obras, a chilena Galeria de Arte Isabel Aninat não estará presente -, quase 10 a mais do que no ano passado. Fernanda Feitosa, a idealizadora e organizadora da SP Arte, comemora as novas adesões, tanto brasileiras como as estrangeiras (Argentina, Portugal e França); a ampliação do auditório, onde ocorrerá ciclo de mesas-redondas; mostra de vídeo; lançamentos de livros; e mesmo a expansão da feira pelo espaço da Bienal - ela ocupa o piso térreo, a rampa e o mezanino do prédio.
Nos moldes das feiras internacionais, a SP Arte é um evento para se fazer contatos. "Não temos idéia do que é comercializado aqui, os negócios não são fechados aqui", diz Fernanda. Ela não revela o orçamento usado, vindo de patrocínio do Unibanco, Vivo, Level Vodka (que vai doar uma obra encomendada a Lucia Koch para a Pinacoteca) e Furnas, da venda dos estandes e de investimento próprio, mas diz que o contrato de aluguel do Pavilhão da Bienal vai até 2009. "O público pagante não é expressivo. Os visitantes são essencialmente ligados ao circuito da arte, a maioria deles é de convidados", afirma - segundo ela, a visitação no ano passado foi de 9 mil pessoas e no anterior, de 7 mil.
A SP Arte, com diversos destaques de obras nacionais e estrangeiras, tem um perfil mais centrado na produção contemporânea: 19% das galerias se dedicam ao moderno e ao contemporâneo ao mesmo tempo; 11% apenas à arte moderna; e o restante, 70% das participantes, às novas expressões. E dentro desse perfil, Fernanda Feitosa arrisca algumas tendências pelas obras que as galerias escolheram trazer para seus estandes. "Há forte presença do pop brasileiro dos anos 60, muita fotografia e vídeos, que vêm aumentando cada vez mais", diz.
Publicado em 18/04/07
Fonte: Agência Estado
Nos moldes das feiras internacionais, a SP Arte é um evento para se fazer contatos. "Não temos idéia do que é comercializado aqui, os negócios não são fechados aqui", diz Fernanda. Ela não revela o orçamento usado, vindo de patrocínio do Unibanco, Vivo, Level Vodka (que vai doar uma obra encomendada a Lucia Koch para a Pinacoteca) e Furnas, da venda dos estandes e de investimento próprio, mas diz que o contrato de aluguel do Pavilhão da Bienal vai até 2009. "O público pagante não é expressivo. Os visitantes são essencialmente ligados ao circuito da arte, a maioria deles é de convidados", afirma - segundo ela, a visitação no ano passado foi de 9 mil pessoas e no anterior, de 7 mil.
A SP Arte, com diversos destaques de obras nacionais e estrangeiras, tem um perfil mais centrado na produção contemporânea: 19% das galerias se dedicam ao moderno e ao contemporâneo ao mesmo tempo; 11% apenas à arte moderna; e o restante, 70% das participantes, às novas expressões. E dentro desse perfil, Fernanda Feitosa arrisca algumas tendências pelas obras que as galerias escolheram trazer para seus estandes. "Há forte presença do pop brasileiro dos anos 60, muita fotografia e vídeos, que vêm aumentando cada vez mais", diz.
Publicado em 18/04/07
Fonte: Agência Estado
terça-feira, 10 de abril de 2007
Mercadinho da arte. Por Daniel Piza
Participei ontem à noite de uma aula inaugural da pós-graduação em História da Arte na USP, sobre “mercado e arte”. Agora leio um encarte da Bravo sobre a feira SP Arte, que será de 19 a 22 no Pavilhão da Bienal. O mercado de arte brasileiro é muito pequeno e oscilante e precisa de iniciativas como essa. É muito sujeito a atos voluntariosos, como o surgimento e a morte de um Marcantonio Vilaça e o surgimento e a prisão de um Edemar Cid Ferreira, para não falar do projeto quase quixotesco de Bernardo Paz em Brumadinho (um Centro de Arte Contemporânea com obras de Tunga, Cildo Meireles, Miguel Rio Branco e outros). Falta continuidade, consistência.
Há não mais que meia-dúzia de colecionadores com “olho” para arte, como Gilberto Chateaubriand, entrevistado no encarte. Não temos boas revistas de arte, os críticos estão sumindo, as galerias expõem pouco e vivem em função de feiras e bienais internacionais. Só alguns artistas brasileiros, como Ernesto Neto e Beatriz Milhases, têm boas cotações no exterior. E os brasileiros muito ricos, muitas das quais não aparecem na “Forbes” (na qual não estão inclusive pessoas ligadas à arte, como Milu Vilella e a família Moreira Salles), delegam compras a seus decoradores – que escolhem Juarez Machado, Romero Brito e quetais – e não colaboram com instituições públicas ou mesmo privadas. Depois reclamam quando uma coleção como a de Adolpho Leirner é vendida para o museu de Houston. Ou quando o Masp cai nas mãos de um Júlio Neves. Mercado de arte também é “cosa mentale”…
Estadão
Há não mais que meia-dúzia de colecionadores com “olho” para arte, como Gilberto Chateaubriand, entrevistado no encarte. Não temos boas revistas de arte, os críticos estão sumindo, as galerias expõem pouco e vivem em função de feiras e bienais internacionais. Só alguns artistas brasileiros, como Ernesto Neto e Beatriz Milhases, têm boas cotações no exterior. E os brasileiros muito ricos, muitas das quais não aparecem na “Forbes” (na qual não estão inclusive pessoas ligadas à arte, como Milu Vilella e a família Moreira Salles), delegam compras a seus decoradores – que escolhem Juarez Machado, Romero Brito e quetais – e não colaboram com instituições públicas ou mesmo privadas. Depois reclamam quando uma coleção como a de Adolpho Leirner é vendida para o museu de Houston. Ou quando o Masp cai nas mãos de um Júlio Neves. Mercado de arte também é “cosa mentale”…
Estadão
Assinar:
Postagens (Atom)